Tem coisas que me deixam feliz. Uma delas é confirmar minhas anacrônicas impressões românticas. E uma delas foi ver uma entrevista sensacional com Georges Simenon feita em 1960.
O que pensar de um homem que escreveu várias centenas de textos e romances, sendo a possível maioria dedicada a ambientes e eventos eminentemente policiais? Ora, nada mais próximo do crime que o amor; portanto, Simenon era mais um esforçado artesão da palavra bela, um cultivador de prolificidade notável, e, como todo autor de literatura "barata", menosprezado e genial. Mas e o criador por trás das letras? Era tudo isso e ainda mais. Um homem encantador. Riso fácil, voz bonita e definida, cachimbo, óculos de grossos aros, olhos miúdos de quem sabe tudo e não aparenta, discurso bonito como as linhas que produzia. Romantismo encarnado. Um personagem de seus romances, sem dúvida.
A entrevista, ei-la:
P.S.: Ainda cultivo o sonho de morar numa pequena cidade da França, ao lado de um café e de uma livraria, casar com uma garota delicada, feminina e engraçada e viver de escrever contos e romances numa velha máquina de escrever.
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