Política. Assunto que de repente apaixona todo mundo em ano eleitoral. Blogues esquerdistas louvam a Dilma, revistas direitistas colocam auréola no Serra. Mas aqui não haverá nada disso. Para mim, a política institucionalizada não existe. Ela não funciona. Ela não me diz respeito.
Eu postei dias atrás uma entrevista do Fernando Sabino em que a certo ponto ele diz mais ou menos o que François Truffaut sempre dizia (e eu concordo): que é ridículo celebrizar políticos, que homens públicos deveriam se limitar a fazer seu trabalho de bico calado, como uma dona de casa colocando ordem no poleiro sem esperar ser reconhecida por isso — apenas porque é seu trabalho. O que ocorre é que os administradores da vida política querem holofotes, confetes, purpurinas, elogios, glórias. Que não merecem de maneira alguma.
Deve ser minha terceira ou quarta eleição, e novamente anularei meu voto. Não sou anarquista como minha irmã acredita, simplesmente não acredito na democracia política e não me interesso por esse assunto, não pesquiso perfis e propostas de candidatos, não cobro posicionamentos dos eleitos e tampouco me dou o trabalho de achar que meu inconformismo adiantaria de algo, num mundo e num tempo em que o poder está mais arbitrário que nunca, disfarçado de representatividade.
Eu simplesmente acho que as pessoas devem viver, trabalhar e prosperar sem esperar qualquer atenção dos entes públicos, salvo casos de problemas a serem resolvidos burocraticamente ou algo do tipo; não deveríamos nos importar com política e nem esperar qualquer "controle", "fiscalização" ou mesmo "punição" de uma gente que nunca conheceremos e que dificilmente se mexe para fazer algo pelos outros.
Como se pode votar numa eleição dos melhores discos do Jethro Tull sem ter ouvido os discos do Jethro Tull? O princípio é o mesmo. Não sei quem são os políticos, e tampouco me interessa; anulo meus votos para fingir que não fui obrigado a participar.
O que mais vejo é gente se desiludindo tempos depois com seu candidato votado. Eu evito essa dor de cabeça, pois só me preocupo com o que é importante para mim. A política deixo para as comadres de ocasião se matarem.
Dependendo de como a política é mostrada, acho bem interessante. Costumo participar de alguns eventos políticos da minha cidade, como palestras, reuniões sobre orçamento participativo etc.
ResponderExcluirO problema é que grande parte do pessoal que gosta de política se acha soberano e detentor da verdade absoluta. Isso quando não tem decorada na ponta da língua a cartilha que ensina que o capitalismo é do capeta, comunismo só funciona na teoria, quem não se interessa é alienado, que bom mesmo é o anarquismo e blábláblá.
E se citar o poema do analfabeto político então, fecha com chave de ouro, hahaha!
Hahahaha, nossa, Adriana, você resumiu todo o glossário do boçal politicozinho! Perfeito.
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