Uma das coisas que mais gosto são entrevistas com pessoas que praticam o que eu sempre quis praticar: escrevem, filmam, desenham, atuam, traduzem, compõem etc. Já comentei aqui que quando o assunto me interessa acabo lendo até relatos de gente de que nunca tinha ouvido falar, como aquela insuportável professora universitária de literatura que citei umas semanas atrás; mas quando é de alguém que gosto, o prazer dobra: observar a estrutura de seus pensamentos narrados oralmente, suas idéias organizadas quase instantaneamente ao falar, o gosto da pessoa por sua profissão, o tipo de humor, a reação a perguntas e a contrariedades, tudo isso me fascina enormemente.
Sim, isso foi uma introdução para OUTRA entrevista de um escritor que admiro que postarei aqui; é a hora e vez de Fernando Sabino, num garimpo impressionante da íntegra do programa Roda Viva (o melhor programa de entrevistas na televisão brasileira, evidentemente) exibido em 1989: aqui o vídeo.
Uma hora e meia de uma descontração que nunca encontrarei em palestras jurídicas.
Idéias organizadas é o que eu menos tenho, eis um dos motivos pelo qual eu não escrevo nada. A não ser que eu tenha ensaiado ou pensado antes, sai tudo atrapalhado. Esse é um talento que você tem.
ResponderExcluirE Roda Viva é legal mesmo.
Fernando Sabino é meu escritor brasileiro favorito! Assim que dei de cara com o título lembrei do livro (que é um dos meus livros de cabeceira)e nem esperava que se falasse no autor.
ResponderExcluirSempre gostei muito de escrever, mas justamente por não conseguir organizar as ideias é que não sai nada produtivo nas linhas que eu rabisco.
E que preciosidade essa entrevista, hein?
Oi, Adriana! De onde você surgiu?
ResponderExcluirEu adoro o Sabino também, mas prefiro as crônicas a O encontro marcado (talvez por eu antipatizar um pouco com Eduardo Marciano [sei que é o Sabino na mocidade, mas ainda bem que ele envelheceu!]); preciso ler os outros romances dele, aliás. A entrevista é excelente, ele estava em um grande momento — como ele diz num certo ponto, estava mais se exprimindo que comunicando!
E Suelen, quem me dera ter esse talento... Tudo de bom que eu tenho é só disfarce.
Descobri seu perfil na comunidade Film Noir. Aí lembrei que você postava muito numa comunidade que eu frequentei por um tempo, a "Subestimado ou Superestimado?" Comecei a ler o blog a partir do texto "Com que Roupa?" (sou eu quem trabalha no escritório e odeia terninhos, hehehe. E que também é fã de Sá,Rodrix & Guarabyra e atual curiosa do Gentle Giant), mas esquecia de me identificar, então os comentários saíam anônimos.
ResponderExcluirSabino é meu ídolo, aliás, todos escritores mineiros daquela "safra" me apetecem muito.
Se puder leia "O Grande Mentecapto" também, é excelente.
As crônicas são um tesouro a parte.Pra mim não existe melhor cronista(e contista) do que ele. Ele passa uma impressão simples, quase até que inocente em seus textos, acho que é por isso que eu me identifico tanto.
E mesmo sendo triste, achei muito bonito e singelo o epitáfio dele: "Aqui jaz Fernando Sabino. Nasceu homem, morreu menino".
É muito bonito mesmo, mas não será que é lenda?
ResponderExcluirEu acho que sei quem é você, você é amiga do Vini e escreve/escrevia no blog do Coisetal, não? Quantas coincidências ligam as pessoas, mesmo que virtualmente!
O grande mentecapto é precisamente o próximo romance que quero ler dele (antes vou de mais um livro de crônicas), mas ainda nem o comprei (e o farei em um sebo, naturalmente!). As crônicas dele são geniais mesmo, de fazer qualquer um sorrir com a leitura. E como ele escrevia bem! Na entrevista do Roda Viva ele disse que tinha dificuldades, mas ainda bem que era persistente!
Eu achei que todos os comentários anônimos femininos fossem de uma mesma garota, caramba, quanto mistério!
Então isso deve ser um mal de mulher, porque eu também tenho dificuldade em organizar minhas ideias.
ResponderExcluirE você não prestou atenção, Filipe, mas ela falou sobre faculdade e trabalho, portanto não pode ser uma garota de 16 anos. Ah, e tem aquela terceira que fala palavrões.
"A terceira" é um terceiro, acho, um conhecido meu da internet. Não percebi nada sobre faculdade, mas sobre trabalho eu achei que poderia ser bem verdade, já que não é incomum gente nessa idade começar a fazer pequenos trabalhos (no Juizado onde eu trabalhava havia uma menina dessa idade).
ResponderExcluirRealmente, e eu estou até pensando em começar um estágio no próximo semestre. Gastarei tudo com as minhas nerdices, ou quem sabe até pense em mudar do curso de Francês para um melhor.
ResponderExcluirMelhor que francês?! Como assim?
ResponderExcluirOh, não o idioma e sim o curso que eu faço.
ResponderExcluirNossa, que cama de gato, hahaha! Mas sou essa mesmo.
ResponderExcluirSe puder leia também o "A Companheira de Viagem" é um dos meus favoritos, nesse livro tem "A última Crônica", que é só um dos textos mais lindos que eu já li, muito emocionante.
Sabino deveria ser prescrito em receitas médicas, faria melhor efeito que muitos remédios indicados por aí.
Sem dúvida! A arte inspiradora ajuda a viver.
ResponderExcluirO máximo que eu li de Fernando Sabino foi a tradução que ele fez de A Fera na Selva, de Henry James. Que é, aliás, um dos meus livros favoritos :)
ResponderExcluirPor sinal, nessa sexta em que você escreveu o comentário eu comprei, próximo a esse horário (meia-dia e alguma coisa), dois livros do Sabino, num sebo, por 10! O homem nu, que começarei a ler estes dias, e A inglesa deslumbrada. O legal é que são edições antigas e as capas são lindas, adoro o aspecto gráfico desses livros pré-computadores...
ResponderExcluirEu quero muito ler Henry James!
Então leia A Fera na Selva! Leia leia leia.
ResponderExcluirQual é o nome do livro de crônicas que você gosta?
O Homem Nu é aquele que tem um filme, não?
Quando você mandou esse comentário eu estava no Centro Cultural Vergueiro, um dos lugares que você mais frequenta, pelo o que me lembro de um post seu...
Eu sou novo na sabinofilia; precisamente li apenas dois livros dele, um de crônicas (e contos) e um romance, fora coisas soltas por aí. O de crônicas é O gato sou eu, que é primoroso, genial e engraçadíssimo, altamente recomendado. Hoje começo O homem nu, e se não me alegrar não é culpa do Sabino, é que ando mesmo numa maré de problemas... E sim, há DOIS filmes, um do Roberto Santos e outro do Hugo Carvana (deve ser a esse que você se refere), o que é engraçado, porque esse conto tem míseras quatro páginas! Parece que o roteiro de ambos os filmes é do próprio Sabino. E olha só que legal a capa da minha edição (na verdade a minha é a 4ª): http://img.ibiubi.com.br/%2Fprodutos%2F3%2F8%2F9%2F7%2F8%2F6%2F4%2Fimg%2F01_%5Bns%5Dsharp-livro-o-homem-nu-fernando-sabino-sharp_grande.jpg
ResponderExcluirSobre o CCSP, não é que seja exatamente um dos locais que mais freqüento, mas é um dos que mais gosto; infelizmente estou há meses afastado de lá, por causa da faculdade. Você faz o quê, lá?
E lerei lerei lerei esse livro, sim!
Também achei legal. E eu sei que tem uns três livros do Fernando Sabino na biblioteca da minha escola... amanhã eu vejo quais. Se encontrar O Gato Sou Eu, leio depois que terminar Olhai os Lírios do Campo :)
ResponderExcluirAh, eu fui assistir Kill Bill com o meu irmão. E eu não conhecia o lugar, mas sempre tive muita vontade de ir.
Eu queria conhecer a biblioteca e a gibiteca, mas infelizmente cheguei justo às 17h30, quando não pode mais entrar (isso sempre acontece comigo). Enfim, acho que amanhã vou ao CineSESC e aproveito que é caminho para dar uma passada lá, só de pirraça.
Olhai os lírios do campo é um que sempre fico de ler e nunca leio... Vou ver se ainda este semestre conserto isso. E olha que adoro o Verissimo, já leu O tempo e o vento? Que saudades do tempo em que devorei os sete livros em poucas semanas... Hoje demoraria meses, acho. Coisa linda esse livro...
ResponderExcluirSe você não fosse tão "escorregadia", convidaria você para um dia bater papo no CCSP. :)