sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Enganam-se

Já me chateei mais com a vida. Hoje eu me considero mais sereno de maneira geral, e mais sábio também.

Em casa, por exemplo, sei que não terei a valorização que acredito merecer. Não me dou bem com meus irmãos, por exemplo, que me consideram um vagabundo desocupado que não se interessa por direito e que não quer fazer nada da vida. Talvez eles tenham razão, para eles. Mas sei que isso me machucava antes, agora tento relevar e muitas vezes consigo. Se eles me têm em um baixo nível, bem, problema deles. Isso não muda nada em mim. Que não respeitem meus valores, que riam dos meus problemas, que ignorem minhas tristezas e que desconsiderem minhas alegrias, tudo isso é pra mim uma simples decorrência de um "desencaixe" que existe na minha vida. Não falo com rancor ou desespero, sei que as pessoas infelizmente são assim, mas isso só evidencia que pertenço a outro mundo que não o deles, outra realidade que algumas pessoas subestimam.

Então agora se acham que eu sou um inútil que passa o dia todo lendo gibis, livros idiotas ou indo ao cinema ou ficando na internet, bem, não me esforçarei para mudar o que eles pensam, essa idéia que têm de mim. Não me interessa falar que o tempo que fico no computador também estou trabalhando no meu TCC da faculdade — que já está quase no fim, aleluia! —, não me interessa desmentir a apreciação que fazem de mim e que considero injusta. Não quero dividir minha vida com eles, não acho que eles sejam meus amigos no sentido que entendo a "amizade", não penso ser bom para mim modificar minha vida com base no que eles falam que está errado com ela.

Minha irmã já achou este blogue, sem eu ter sequer comentado com ela, e entendeu tudo errado o que disse em uma ocasião. Sei que ela lerá isto, e que entenderá errado de novo o que eu quis dizer — talvez eu não saiba mesmo me expressar —, que contará à minha mãe e a alarmará por algo que para mim é inócuo e que existiria mesmo sem eu escrever isto, mas nada disso me emociona mais muito. Sinto-me estranho em casa.

Um dia, quem sabe, conviverei apenas com quem me tem em boa estima. O que sei é que já não me interessa mais muito o que os outros acham de mim, contanto que eu esteja satisfeito comigo.

P.S.: As malditas formigas voltaram, junto com um calor infernal.

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