Acho que a vida mais se assemelha a um texto de Kafka que a uma crônica de Fernando Sabino, mas às vezes eu acho tudo tão engraçado e encantador quanto nesses pequenos relatos cotidianos. Por estes dias eu pude presenciar alguns acontecimentos e diálogos dignos dessa forma literária.
Primeira situação - Vendedor ambulante vendendo uma daquelas peças de desenho que consistem em encaixar um lápis ou caneta no apetrecho e rodopiar os traços, criando rabiscos variados e expressivos. O camelô comentava as vantagens do produto a um cliente em potencial:
— Isto aqui desenvolve a coordenação motora da criança!
Segunda situação - O mesmo vendedor, outro dia, também elogiando o produto:
— É para criança e para adulto; na verdade, isto é mesmo uma terapia!
Terceira situação - Mãe e filha na rua, a filha (pequena) provavelmente havia entrado em um curso de inglês ou estava tendo aulas do idioma na escola. A menina pede para a mãe adivinhar o que é "pencil". Resposta da mãe:
— Hum, pênsil?... Pensar?
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