sexta-feira, 12 de março de 2010

GLAUCO FOI ASSASSINADO

Eu achava o trabalho dele nulo, detestava seu traço e suas idéias (se é que ele as tinha), abominava suas tiras (todas), inclusive falei aqui em 22/02 que ele escorregava sempre na repetição, de maneira até ofensiva ao leitor. Em suma, eu o achava um artista execrável.

Mas, caramba, o cara foi morto, junto com o filho, e na frente da esposa e da filha! Isso é lamentável demais, não encontro palavras que expressem meu choque diante da notícia totalmente inesperada — que recebi de várias pessoas assim que cheguei de mais um dia fracassado na faculdade, há menos de uma hora.

Acho que fazia muitos anos que eu não ficava assim com uma morte de alguém famoso, porque afinal de contas são cada vez mais raras essas situações bruscas com alguém da mídia (já que vivem cercados de seguranças a torto e a direito). Mas o Glauco era "só" um cartunista, e naturalmente não tinha tantos luxos — e ainda por cima foi morto de madrugada em Osasco, cidade por que não gosto sequer de pensar de dia, quando mais de cruzar à noite.

Um acontecimento que mexe com toda uma geração do cartunismo brasileiro, porque, bem ou mal, o Glauco era respeitado e era amigo e influência de toda a patota Chiclete com banana oitentista. Todo dia saía tira dele na Folha (e eu já havia há muito parado de as ler), regularmente também publicava na Folhinha...

Só me resta ficar chateado, por essas crueldades da vida contemporânea. A notícia é de fazer qualquer um ficar pasmo.

Condolências à família, que precisará agora tentar enfrentar o resto de suas vidas com a alegria e o bom humor que o Glauco (no fundo) tinha.

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