quarta-feira, 4 de agosto de 2010

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Ainda duas considerações sobre o sistema "superior" de educação.

- Meus problemas com a faculdade de direito são mais do que evidentes, mas não é apenas por esse curso que tenho desprezo; acho ridícula toda idéia de ensino institucionalizado. Por exemplo, quando ouvimos falar que alguém estuda filosofia, pensamos logo: "esse aí deve pensar na vida o dia todo", mas não; o "conhecimento" que ele adquire na faculdade é o mesmo ensino maçante e ineficaz de todas as outras — a prova do curso deve ser com questões em que o aluno deve diferenciar o connceito de metafísica de Platão do conceito de metafísica de Aristóteles. Quer dizer, a mesma decoreba estúpida, a mesma falsa didática, o mesmo oco educacional, a mesma irrelevância. Não dá pra afirmar que alguém que faz faculdade de psicologia CONHEÇA psicologia, o que essa pessoa certamente conhece é um monte de correntes e teóricos que foi obrigado a decorar nos anos acadêmicos.

- Nunca me acostumei muito ao ritmo da faculdade e nunca gostei muito de estudar (pelo menos não como o estudo é geralmente entendido pela turba universitária: sente-e-decore). Ontem vi não sei que propaganda na televisão veiculando um anúncio sobre escola, crianças etc. E percebi mais uma vez que o problema está na estúpida (ou talvez inexistente) planificação que nossos excelentíssimos educadores estabelecem sem nossa opinião e consideração: quando somos crianças ou jovens, é tudo flores, alegria, aquelas matérias fáceis, nos saímos bem mesmo sem estudar, fácil sair sem traumas desse período da vida; aí crescemos mais um pouco e vamos para o Ensino Médio, os cursinhos, as faculdades — sem preparação, motivação, sem quaisquer condições que atenuem essa guinada brusca, esse repentino desamparo ("vocês não estão mais na escola, lembrem-se disso"), esse despreparo dos professores, esse "você-que-tem-que-se-virar-e-ir-atrás-do-que-quer", como se fôssemos capazes de mudar nossas vidas quando estamos tão vulneráveis e sem poder confiar em ninguém, sem saber o que fazer.

2 comentários:

  1. O que falta aos alunos é aprender a pensar, e educadores que guiem esse processo. Aprender sem compreender não existe. Pra começar, já tá tudo errado; nosso sistema educacional é de outro tempo, que tinha outros fins e outro mundo. Essa porra tá em falência. O que importa, o que modifica pessoas e civilizações pra melhor tá fora de pauta, tem importância mínima. E as faculdades não ajudam também; um lugar que era pra ser aberto a discussões e ao esquecido "pensar" são só mais uma extensão das escolas, mas com professores c/ poderes supremos. Punhetação mental. Enfim...

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  2. Exatamente. Na verdade, a faculdade só cumpriria seu papel se fosse vista como um CONTRA-exemplo. Aquilo é tudo que não deve ser feito em matéria de didática, pedagogia, produção científica monitorada etc.

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