sábado, 12 de junho de 2010

A maldade

Às vezes eu fico curioso em saber de onde vem a maldade. E eu já descobri, pelo menos da maldade a que estou cotidianamente exposto: ela vem do pequeno poder.

Eu estou tendo aula este semestre com uma professora de fama nefasta, cuja diversão é aumentar o histórico de barbaridades imputadas a ela: essa senhora cada vez está mais intratável, indelicada, incoerente e outros "in" que eufemizam a real dimensão do problema.

A minha faculdade funciona com um sistema em que é preciso fechar o semestre com média 5,5 para ser aprovado. A primeira prova dessa simpática cidadã foi corrigida de uma maneira ímpar e sagaz, fazendo a média da sala girar em torno de 3,5, 4,0. Eu, como sempre me supero, fiquei com 3,0, apesar de ao final da prova acreditar (e seguir acreditando até hoje) que ficaria com 7,5, pelas respostas colocadas.

Portanto, precisava de 8,0 pontos na prova final dessa professora tão justa quanto didática. Estudei, li apontamentos, livros e meu caderno e leis. Na hora da prova, a surpresa (que não surpreendeu ninguém): matéria que ela não deu, pegadinhas mil, prova tão bem escrita quanto bem dada a aula da madama.

E hoje saiu minha nota: 4,0, a metade exata do que eu precisava; sendo que eu SABIA que pelo menos cinco pontos eu tinha garantidos, pois minhas respostas batiam com o gabarito. Mas como lógica é o que menos se deve esperar num lugar como o em que estudo, está aí o resultado.

E aí volto ao começo deste post: o pequeno poder. Essa comadre vive de ter orgasmos esporádicos reprovando alunos no último semestre da faculdade; não sabe dar uma aula minimamente decente, não é nem sombra de bonita, interessante ou agradável e obviamente sua vida não teria a menor graça se ela não passasse aos outros, em forma de vexação, humilhação e violência, um pouco dessa frustração que ela sente por ser um exemplo de fracasso. Chegar até o décimo e último semestre de um curso para uma dondoca rabugenta dessas achar que dita e desdita as regras do mundo é deprimente. E como ela não tem um real poder, não manda mais que em sua republiqueta de bananas imaginária, ei-la sendo perversa, cruel e má com quem nada pode fazer para defender-se: os alunos. O covarde age assim: esmagando quem não pode esboçar reação. E essa professora é ruim dessa maneira torpe: infernizando a vida de seus estudantes, pois sabe que nunca conseguiria atenção deles sem esse artifício malvado, porque não tem qualquer qualidade positiva que a destaque, nem qualquer capacidade ou talento de se fazer memorável através do simples desempenhar de suas funções. Sua existência consiste em tornar a dos outros um pouco mais difícil.

All she need is love, mas como pode ser amada se a maldade já deformou suas feições, olhares e ações?

10 comentários:

  1. Podia ser pior, cara.
    Estou como você, fodido com um professor e às voltas com meu tratamento de cálculo renal que não me deixa prestar atenção em nada. Que dor do caralho viu, nunca imaginei que algo pudesse doer tanto assim. Nessa um monte de coisas acabaram acumuladas, trabalhos da faculdade, filmes e até textos da Zingu.

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  2. Não acho que estou tão melhor, não. Primeiro que ficar empacado sem poder se formar por mais um semestre é colocar um obstáculo terrível na minha vida, já que não posso trabalhar e nem ter certeza de prestar qualquer concurso ou prova, já que não colei grau ainda e teoricamente ainda não sou bacharel.

    Segundo que eu também arrebanhei uma porção de doenças, imaginárias ou reais, psicológicas ou físicas, nesses malditos cinco anos de faculdade. Sinto dor nas costas, não tenho fôlego, estou sempre cansado, uma noite acordei com uma dor aguda pensando que meus braços estavam descolando do meu corpo, cheguei a temer estar tendo um infarto... Morro de medo de ter algo no coração e subitamente apagar antes dos trinta...

    De qualquer modo, desejo melhoras pra você, sinceramente.

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  3. No meu caso, não foi imaginário.
    Percebi que tinha alguma coisa errada quando veio sangue misturado no meu mijo. TENSO

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  4. Eu quis dizer que eu tenho problemas reais e problemas imaginários. Não é impressão minha estar fraco, ter palpitações e sentir dor de cabeça e de estômago freqüentemente.

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  5. Como decisões das quais se desconhece as reais consequências podem estragar anos da vida de uma pessoa... Se pudesse, voltaria no tempo até seu último ano de escola e te proibiria de fazer tal curso. Se bem que... não sei, certas experiências ruins às vezes são necessárias. Mas é perverso da minha parte chamar tamanho sofrimento seu de "necessário". Enfim, boa noite e boa sorte. Pricipalmente boa sorte.

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  6. Agradeço as palavras bem intencionadas, mas de fato eu preciso é de sorte.

    E nada disso por que passei foi necessário, acredite. O que só aumenta minha desilusão. E agora já não há mais o que fazer, é como se me tivessem tacado em um redemoinho no mar com uma pedra amarrada nas pernas; teoricamente posso sair, tenho uma chance, mas não consigo fazer nada...

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  7. Então você pretende seguir com direito? Eu acho que você tem sim muita chance de se dar bem saindo desse redemoinho. Pelo o que você dá a entender, qualquer coisa é melhor que essa profissão na qual você se meteu... Não vejo porquê continuar nessa tortura, por mais que sair desse caminho seja por um tempo complicado. Quanto mais tempo passar, mais difícil vai ser de se livrar desse desgosto. Conselho: termine esse curso e o considere apenas mais um erro na sua vida; mas por favor né, não insista no erro.

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  8. Eu não queria trabalhar com direito e não me vejo fazendo nada nessa área, pelo menos não de uma maneira feliz e realizando-me; mas francamente não sei o que mais eu possa fazer para viver. Já passei da fase de acreditar que minhas paixões me darão sustento... Não tenho contatos em qualquer área e não possuo nenhuma aptidão fora do normal para conseguir fazer disso uma profissão.

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  9. Também sofro, para lê-los, escrevê-los e, principalmente, vivê-los.

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