terça-feira, 7 de junho de 2011

Cequesabe

Com o recente e crescente debate acerca do humor pra lá de duvidoso dos integrantes do CQC, estamos em dias de "repensar" nossas abordagens em comédia e "avaliar" se o que dizemos ou do que rimos é realmente algo assim tão engraçado.

Talvez seja bom refletir sobre o assunto, mas eu já estou me cansando. Blogues e redes sociais e comunidades virtuais não param de produzir quilométricos textos discutindo as tais "piadas" e demais características do problema. Mas o meu problema é: por que é tudo tão oito ou oitenta?

Eu concordo com quem diz que o CQC é um programa preconceituoso travestido de revolucionário, que destila imbecilidades com a mesma facilidade com que se cobre com o manto do "politicamente incorreto". Mas será que deveríamos nos preocupar tanto com esses caras?

Quem os acusa, defende uma visão RADICALMENTE OPOSTA à que eles possuem. Então são totalmente pró-aborto, feministas, a favor dos direitos homossexuais. Mas uma defesa irrestrita é tão "one-sighted" quanto um ataque irracional. Por exemplo, com relação ao último desses tópicos, eu tenho algumas considerações (que listarei em forma de itens):

1) Não me interessa saber a sexualidade dos outros. Não deveria interessar a ninguém saber a sexualidade dos outros. A não ser que você quisesse se relacionar com a pessoa, e isso não deixaria de ser pessoal.

2) É hipocrisia embarcar na denominação ultrapassada há décadas de "opção sexual", como se alguém optasse por tal ou tal "preferência" por pura liberdade de escolha. E a presidente do Brasil só faz concordar com esse absurdo.

3) Evidentemente os homossexuais têm direito a direitos (redundância necessária), não se deveria sequer discutir sua vida privada na hora de tratá-los como qualquer outro cidadão, possuidor de direitos e deveres.

4) Da mesma maneira que os homossexuais têm direitos, os conservadores (que todos tratam como "homofóbicos", o que não é verdade; homofobia implica hostilização) também têm direitos. Se um homem heterossexual se sente incomodado ao passar com seus filhos pequenos na frente de um casal homossexual se beijando apaixonadamente, qual o problema?

4.1) Não há problema algum. O homem evidentemente ficará um pouco constrangido para explicar a situação aos filhos. Ficar constrangido ou incomodado NÃO é repulsa ou agressão. Não são apenas os homossexuais que têm direitos a sentimentos.

4.2) Se já é um tanto desagradável ver casais heterossexuais em carinhos mais "fortes" em locais públicos, por que os ativistas se escandalizam quando o comentário é de que a pessoa ficou "sem graça" ao flagrar esse mesmo comportamento por parte de homossexuais?

5) Não é preciso ser um Bolsonaro, estúpido e virulento, para discordar dos extremos da questão. Todo mundo conhece aquele casal homossexual que, para "chocar" (eivando-se de blindagens como: "é meu direito" e "você é homofóbico"), comporta-se de maneira socialmente inadequadada — o que pode acontecer com qualquer pessoa, ressalte-se; disse lá acima e reitero: todos são iguais — e constrange quem quer que os observa.

6) Não se trata de preconceito, é preciso repetir. E nem de "façam o que quiserem, dentro de casa". Eu não sou integrante do CQC. Eu não concordo com segregações e distinções. Só acho que tão ruim quanto a serra que corta o tronco é o tronco que quebra a serra. É preciso dar voz a todos e direitos a todos sem com isso criar ódio, intolerância, oportunismo.

6.1) A maneira para conseguir isso, creio, é simplesmente fazendo o que eu disse no começo do texto: esquecer a sexualidade alheia. As pessoas são boas, ruins e mil outras qualidades por méritos e ações próprias, por centenas de fatores e condicionantes, e não há nada de especial em ser homossexual ou heterossexual ou o que seja, se você quer uma vida sem inúteis rótulos reducionistas.

Mas claro que se você defende quem vai de encontro aos babacões de plantão, te jogam no balaio e você vira mais um idiota reacionário.

P.S.: Só para esclarecer à minha irmã, stalker número 1 do blogue: o post anterior é relacionado a um problema MEU (olha o ciúme aí de novo), só isso.

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